PÂNICO NA SERRA

Fui para a praia nesse fim de semana, e tomei um verdadeiro cambal do tempo, saímos sábado de manhã brindados pelo sol, na serra, pegamos uma neblina densa e meu namorado afirmava categórico:
- Isso é só neblina da serra, vc vai ver depois o solsão.
Vi, vi é muita nuvem, um tempo nubladasso.
- Calma, vc pode se queimar com o mormaço.
Sim, o mormaço do moletom que não tirei por causa do frio.
Mas foi super legal, apesar do tempo.
Legal não foi o perrengue que passei na serra, uma dor de barriga descomunal!!! Desesperadora, pensei até que ia morrer, ainda bem que tenho muita intimidade com meu namorado, por que se fosse a primeira viagem com o bofe, sinceramente não sei oq eu ia fazer.
Estavamos na serra, sem acostamento, sem lugar nenhum pra parar e começa, brum pra cá, brum pra lá, meu intestino dando sinal que tava vivo e louco pra festejar. Tomei uma cerveja e foi ai que o negócio começou, uma cólica infernal, falei para o meu namorado em desespero:
- To com dor de barriga
Silêncio
- Ta doendo bastante.
Silêncio
- Para esse carro pelo amor de Deus!
- Parar onde??
- Sei lá, em qualquer lugar – abri o vidro, suava horrores, tinha certeza que ia morrer.
- Mas no meio da pista não dá.
Passou, achei que tinha acontecido um milagre.
- Passou
- Aguenta que logo mais tem um posto policial
- Eu não vou no posto policial.
- Pq?
- Por que não.
Silêncio. Cólica de novo. E ficou assim, a cada dez minutos cólica, depois passava, até que teve uma hora que não deu mais pra aguentar.
- Pára, por favor pára – comecei a chorar, vidro aberto, suor escorrendo pela testa, apertava a maçaneta (sei lá o nome daquilo) da porta do carro com toda a força do mundo, tenho certeza que as marcas dos meus dedos estão lá ainda.
Quando eu vi um acostamento começando, parecia que via a luz no fim do túnel.
- Mas vc vai onde? – meu namorado todo solicito
- Sei lá, pára, pelo amor de Deus.
E eis que Deus viu meu sofrimento aos 45 do segundo tempo, uma trilha se abria no meio do mato, peguei o papel higiênico do porta luvas e corri para meu banheiro de luxo no meio da serra. Que-ali-vio! Nossa! Nunca tinha me sentido tão bem na minha vida. Ai comecei a encanar, enquanto segurava um galho com medo de cair, se aquilo era uma trilha, provavelmente pessoas passavam por lá, desespero, queria sumir dali.
Nunca tinha feito minhas necessidades no mato a céu aberto, xixi tudo bem, meu namorado até falou pra eu escrever um texto e colocar no blog sobre “os banheiros do meu Brasil” por que é fatal, nunca vi uma pessoas pra fazer tanto xixi no meio de viagens e passeios como eu, tenho várias histórias, e posso dizer que o Brasil tem muitos tipos de banheiros diferentes! Mas esse texto fica pra depois.
Estava eu lá concentrada, quando meu amado, querido e idolatrado, da um grito de sua sensibilidade masculina:
- Quer uma revista?
Foi ótimo ouvir isso, eu nem estava com vergonha...Ai ai