quinta-feira, agosto 05, 2010

NÓS VAMOS INVADIR SUA PRAIA

Fim de semana na praia é uma tranquilidade.
As pessoas se organizam, fazem reserva em pousadas, hotéis ou alugam casas, flats ou apartamentos, fazem suas malas, colocam gasolina no carro e descem a serra feliz da vida. Certo?
Sim, isso para pessoas normais, nas quais eu e o digníssimo não nos encaixamos.
Tinhamos decidido descer para o litoral norte, nosso reduto em dias de sol, nesses dias de verão em pleno inverno é ótimo para aproveitar o sol e ficar com aquele bronzeado mesmo com o frio de Sampa.
Na quinta, como de praxe, arrumei minha mala: saias, shorts, biquini e um roupinha para o frio noturno.
Telefone toca no meio da arrumação.
- Domingo chove, to vendo a previsão do tempo - a voz desanimada do dignissimo do outro lado
Eu chequei novamente o clima com a esperança de que, talvez por uma misericórdia de Deus ele fizesse um milagre, ou pra culpar alguém mesmo caso a previsão estivesse errada. Chuva e frio, não tinha jeito.
- Vamos fazer o seguinte - digníssimo cheio de planos - a gente vai sábado e volta no mesmo dia e domingo descansa, assiste um filme, sei lá, pelo menos economizamos.
- Tá - concordei a contragosto, mas ele tinha razão.
Sábado amanhece num sol maravilhoso! Abastecemos. Cerveja, gelo, biscoitinhos e uma única peça de roupa de praia. Dizem q mulher tem sexto sentido né? Pois eu comprovei isso no fds, coloquei cremes e shampoo na mochila... Só pra garantir.
Depois da bebedeira veio a preguiça.
- Vamos ficar numa pousada por aqui? - bebada se empolga com tudo
- Vamos - bebedo concorda com tudo.
Ficamos numa pousada linda, com os únicos trocados que tinhamos e mais: a mesma roupa 2 dias seguidos, sem escova de dentes nem pasta (adiquiridos com as moedas dos bolsos num mercadinho ao lado), sem sabonete (só aqueles de pousadas, eca), sem calcinha, sem cueca, sem absolutamente nada. E minha mala lá, prontinha, na casa dele. Ainda bem que levei shampoo.
Na manhã seguinte fomos tomar café, com a mesma roupa que chegamos, rindo um do outro. O digníssimo, pra ajudar estava com uma camiseta VERDE. Podia ser branca, preta, discreta, mas não, era verde, um verde cocô de nenem que ele nunca, nunca usa e justo qdo tinhamos q passar despercebidos tá ele lá, com a dita.
Eu resmunguei - caramba não podia chamar mais atenção?
- Agradeça, eu ia vir com a camisa do Brasil!
Domingo nubladasso e nós dois felizes da vida sentados numa canga na areia tomando cerveja e dançando...ao som de um assovio baixo (é...nós somos estranhos), até que notei gente olhando e nos comportamos.
Na hora do almoço o restaurante baratinho que ia quebrar um galho estava fechado! Entramos em um restaurante aparentemente simples.
Pedimos o prato e não é que o negócio era chique! Ou seja, nos ferramos, pagamos 110 conto em dois pratos com um salmãosinho magrelo, uns legumes salteados (seja lá oq isso for) e uma saladinha com molho jurema.
- Não tem arroz!!! - foi a constatação desesperada do digníssimo faminto - Não tem arroz!! - ele reclamou de novo.
Eu dei uma risadinha abafada da cara de desespero dele.
Conclusão: voltamos para casa com R$ 7,00 no bolso, rezando pra não precisar de dinheiro na viagem de volta, mas com muitas risadas de nós mesmos e uma pequena sensação de aventura.