AMOR PLATÔNICO
Amador, fecha as pálpebras, com jeito, E tão castamente contempla a tua amada,Num roseiral, a colher rubras rosas a eito...A noitinha já cai e, com afã, a mão de fada
Colhe-as, prò teu ramalhete aprontar,Quando, co seu burrico, ao seu casebre chegar.
Não, não te enchas de ledice, que a sua tezÉ como o vento, que sentes, mas não vês!
Enche-te de imaginação e mais nada!Faz-te crer que o impossível é possível:Transforma o amador na coisa amada,
Como fez Luís Vaz de Camões, outrora.Inferirás que esse amor casto, qual a aurora,De impossível tão-só tem o possível!...
Letícia Baptista - 10/08/2006
Um poema de minha grande amiga virtual. Te adoro Le.