TINGINDO A PPK

Estava eu tranquila na loja quando chega uma cliente. Senhora, bem arrumada, produzida, toda maquiada (maquiagem de mal gosto diga-se de passagem, mas enfim) e louca, é, toda doida. Sabe aquelas senhoras plastificadas que falam alto, dão gargalhadas e não estão nem aí se existem outras pessoas observando? Pois era um exemplar desses.
Simpática, mas doida. Pediu várias coisas, até que me pede:
- Me ajuda a escolher uma tinta?
Como ela estava levando produtos caros, profissionais, indiquei uma tintura da Alfaparf profissional.
- Nãaaaaaaaaaaao, não precisa ser profissional, pode ser uma Imédia mesmo. Só estou na dúvida do tom.
- Bom, a senhora quer escurecer (era loira) ou manter o tom?
- Não minha querida, é pra piriquita.
Eu uni todas as forças do universo para não explodir em uma gargalhada.
- Ah
- Então, castanho fica muito escuro, o chocolate desbota e fica vermelho - ela ia resenhando as tintas com conhecimento de causa e eu fingindo naturalidade, claro, vendo tinta pra ppk o tempo todo, tenho até tabela...só que não.
- O que você acha?
- Eu?
- É
- Ah, que tal loiro escuro, a senhora é loira.
- Verdade, vou levar o loiro escuro.
E saiu toda feliz e saltitante eu ri, ri muito, mas fiquei feliz por que ajudei a ter mais uma ppk produzida no mundo!